Um "collage" realizado no dia 22.09.08 e que me agrada particularmente. Pelo rosto (a boca definitivamente marcada pelo Tempo e admissivelmente também por algum fatalismo: é possível supor que sim); pela inquietante (pré- ou para-) mineralização do rosto induzida pela "máscara" (onde é possível "ver", por exemplo, um eco do motivo simbólico do "convidado de pedra" (ou seja, da imanência discreta da Morte), do D. Juan---que, por sua vez, nos remete para António Patrício e para uma omnipresente, difusa, sugestão de "fim".
É, a meu ver, muito forte a sugestão da alienação subtil da própria condição humana---o cinzento pétreo da "máscara" apoderando-se do que era carne e sangue e cor: vida.
Trata-se de um motivo recorrente no filme "de terror": o corpo assediado, invadido, apoderado pelos seus próprios atributos, a matéria de que é feito impondo-se como um facto consumado e final às nossas representações dela. às representações teóricas ou nmesmo sensíveis dela através da qual imaginávamos, como indivíduos mas também como cultura(s), tê-la definitivamente persuadido a obedecer a esses mesmos arquétipos e paradigmas eóricos que lhe pretendíamos impor.
No rosto da figura abaixo, seguramente, a serena, austera, firme impassibilidade de quem aceita estoicamente uma morte, um fim, que já reconhecivelmente se iniciaram.
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