Gosto de pensar que este "collage" é o "meu" Angelus. Seduz-me pensar, por exemplo, também que a grande mão que 'rasga' transversalmente o texto (foto)gráfico é a da Morte, transmitindo ao texto no seu todo a sugestão subliminar muito forte da efemeridade de 'todas as coisas humanas', por assim dizer.
A ideia de que ainda aqui estamos e já uma grande e ominosa, mortal, sombra começa a fazer descer sobre nós os efeitos de um lento e paciente (pesado!) labor envolvendo a tarefa de arrebatar-nos, primeiro à juventude, em seguida à inocência que nela e dela (só verdadeiramente dela, aliás!) se alimentava e, finalmente, à própria vida, como tal.
É, de qualquer modo, um texto plástico que me agrada e que gostei indiscutivelmente de ter feito (com uma fotografia da revista "Polónia" e um fragmento de, suponho, uma peça da Renascença, provavelmente italiana e ainda mais provavelmente de Da Vinci).
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