segunda-feira, 7 de abril de 2008

"A Palavra/Ordet"

Palavras para quê?
O esforço (ou a "carga") plásticos vai/vão aqui, com toda a determinação, no sentido do discurso-paradoxo, claro, mas assente num conceito de "contradição significada" onde (idealmente!) devem perceber-se---senão mesmo "ver-se"---algumas das teses de teóricos da "negritude militante" como Fanon ou (porque não?) o próprio Sartre prefaciador de "Aden Arábia" assim como algum eco das visões consideravelmente mais intelectualizadas e subtilmente "problematizadas" de um Baldwin ou de um Ellison.
Idealmente volto a dizer, deve ser aqui perfeitamente audível o silêncio de chumbo do Negro cultu(r)almente mantido, hoje-por-hoje, prisioneiro de formas discretíssimas (e subtilíssimas!) de violência e opressão.
Idealmente, numa palavra, toda a revolta deste deve ser aqui vista como achando-se materializada nessa espécie de reacção limite (ou de paroxismo final da agitação e da indignação) que é a gélida, tensa (densa), torturada impassibilidade com que nos olha.
De modo completamente deliberado, permiti que uma iniludível sugestão de vermelho permanecesse no "corte" final, induzindo subtilmente a ideia do sangue e da insubmissão.

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