
"
Dunas" faz parte de uma série baseada em três fotografias de Evelyn Kahn
. A ideia central que atravessa a pequena série é a
do "deserto"
: a de um "deserto" exterior (não isento de um certo encanto nostálgico e brumoso, vagamente feliz na aceitação melancólica---tão portuguesa!---da inevitabilidade da própria fatalidade)
; um deserto capaz, ainda assim, nos seus melhores momentos de reflexão e
inclusive de
auto-reflexão e a de um outro "deserto" completamente interior de onde emergiram, apesar do imobilismo inerente à aceitação nacional típica, quase cúmplice, do
Inevitável, coisas intelectualmente tão estimulantes como a Obra de Pascoais, a de Sampaio (Bruno), a de Álvaro do Carvalhal, de Manuel Laranjeira e a de António Patrício, a de Antero, claro, ou ainda a(s) dos Pessoas
. Sem esquecer a que recolhe toda a amarga e desesperada jovialidade do o'neillismo/onirismo que, de algum modo, as tem todas em si.
A figura sentada é de uma tela neo-realista de...Pomar?
(Será?)
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