
É a "estória" de todos nós, imaginando saber tudo sobre tudo---na quantidade suficiente para ("par dessus le marché"...) guiarmos todos os demais ou, pelo menos, uma boa "porção" deles.
Gosto (desde que vi o modo como Eduardo Nery trabalha nesta área) particularmente do "cruzamento" do preto-e-branco (aqui, revelando uma paisagem desértica, quase onírica, talvez situada num muito beckettiano limbo) com a cor (angustiadamente desmaiada, violácea--- pré?/cadavérica).
Idealmente, há aqui (deve haver!) qualquer coisa de "mineralização gradual da figura humana" (algo, como digo noutro lugar, em si mesmo muito beckettiano: ver o que digo de "All That Fall" ou de "Happy Days") .
Gostaria também que aqui estivesse sugerido (para além da paisagem esventrada e torturada de "Waiting For Godot") um motivo cultu(r)al celta que acredito, aliás, subjazer na base a essa sugestão de "sepultamento" sarcasticamente citado e desritualizado no caso de Backett---refiro-me ao cerimonial celta que consistia em enterrar pessoas e objectos para os encomendar a um deus qualquer.
Gostaria que aqui estivesse, pois, esse "motivo" sugerido mas de um modo tão "crítico" e tão desesperadamente trocista como no próprio Beckett.
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