
Sem que saiba exactamente o quê, algo da decadência e da desapiedade crueldade vitorianas, por um lado (bem expressas, aliás, no filme de Lynch) assim como da torturada escatologia do de Cronenberg parece-me ter permeado, de modo mais ou menos discreta e subil, para esta colagem recente.
Colagem que é, também, uma homenagem sentida a Robert Louis Stevenson, cujo "Doctor Jeckyl and Mister Hyde", adaptado por Rouben Mamoulian (tenho aqui essa versão, em particular, em mente) pode ser visto como uma espécie de premonição do fascismo e, muito em particular, do horror nazi.
Longe de ser um livro (e, no caso de Mamoulian, um filme) auto-castrador e puritano, trata-se de duas obras, livro e filme, centradas na ideia da conveniência em rejeitar liminarmente modos de vida e, concretamente, sistemas políticos, assentes naquilo que o humano tem de mais sombrio, funesto e tenebroso.
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